Artigo do “Jornal Valor Econômico” (29/05/2012) comenta os efeitos da crise econômica européia no mercado de azeites. Leia abaixo a íntegra da matéria:
“Crise na Europa ganha uma ‘pitada’ de azeite de oliva”
“Espanha, Itália e Grécia, que já enfrentavam uma crise econômica e financeira, agora se deparam com uma crise do óleo. Do azeite de oliva, mais especificamente. O preço do produto, básico para a dieta mediterrânea, despencou para o menor patamar em dez anos, após o consumo doméstico no Sul da Europa, onde estão os principais países produtores, ter diminuído com a crise econômica.
O declínio coincidiu com uma grande safra na Espanha, maior produtor, o que criou uma bolha e obrigou a União Europeia (UE), preocupada com a renda rural, a intervir para reduzir o excesso de oferta. “O mercado está em séria crise”, disse Pekka Pesonen, chefe da associação sindical agrícola Copa-Cogeca, em Bruxelas. “Esta safra é vital para os principais países produtores em termos de manutenção do emprego em suas áreas rurais”.
Espanha, Itália e Grécia são, de longe, os maiores produtores da commodity. São responsáveis por 70% da produção mundial de azeite de oliva. A safra é crucial para trabalhadores em algumas das áreas mais pobres da Espanha, como a Andaluzia, maior região produtora, onde o índice de desemprego no trimestre passado aumentou para 33%.
Jean-Louis Barjol, diretor executivo do Conselho Oleícola Internacional (COI), cuja sede fica em Madri, disse que a “oferta [de azeite de oliva] está acima da demanda” e estimou que até o fim da temporada os estoques vão chegar ao recorde de 1,1 milhão de toneladas, equivalente a cerca de 35% do consumo mundial anual.
A UE tentou resolver o excesso de oferta pagando às empresas para estocar azeite de oliva – o equivalente no mundo das commodities ao Banco Central Europeu (BCE) comprando bônus soberanos da Espanha, Itália e Grécia. Representantes sindicais agrícolas e autoridades políticas acreditam que a medida da UE acabou colocando um piso para os preços.
O preço do azeite de oliva extra virgem no mercado de atacado caiu neste mês para US$ 2,9 mil por tonelada, menor valor desde 2002 e menos do que a metade dos quase US$ 6 mil por tonelada observados em 2005, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O azeite de oliva também sofre com a maior concorrência de variedades mais baratas de óleos vegetais. A Eroski, uma popular rede espanhola de supermercados, vende o litro de óleo de girassol a €1,25, em comparação ao €1,99 do azeite de oliva de qualidade média e aos €3,25 do azeite de oliva extravirgem “premium”.
A Espanha deverá consumir neste ano o mesmo volume de azeite de oliva verificado em 2002, de acordo com o COI, enquanto Grécia e Itália verão a demanda doméstica voltar aos níveis de 1995. O declínio na demanda espanhola, italiana e grega vem sendo apenas parcialmente compensado pelo aumento de consumo em outros países.”
O declínio coincidiu com uma grande safra na Espanha, maior produtor, o que criou uma bolha e obrigou a União Europeia (UE), preocupada com a renda rural, a intervir para reduzir o excesso de oferta. “O mercado está em séria crise”, disse Pekka Pesonen, chefe da associação sindical agrícola Copa-Cogeca, em Bruxelas. “Esta safra é vital para os principais países produtores em termos de manutenção do emprego em suas áreas rurais”.
Espanha, Itália e Grécia são, de longe, os maiores produtores da commodity. São responsáveis por 70% da produção mundial de azeite de oliva. A safra é crucial para trabalhadores em algumas das áreas mais pobres da Espanha, como a Andaluzia, maior região produtora, onde o índice de desemprego no trimestre passado aumentou para 33%.
Jean-Louis Barjol, diretor executivo do Conselho Oleícola Internacional (COI), cuja sede fica em Madri, disse que a “oferta [de azeite de oliva] está acima da demanda” e estimou que até o fim da temporada os estoques vão chegar ao recorde de 1,1 milhão de toneladas, equivalente a cerca de 35% do consumo mundial anual.
A UE tentou resolver o excesso de oferta pagando às empresas para estocar azeite de oliva – o equivalente no mundo das commodities ao Banco Central Europeu (BCE) comprando bônus soberanos da Espanha, Itália e Grécia. Representantes sindicais agrícolas e autoridades políticas acreditam que a medida da UE acabou colocando um piso para os preços.
O preço do azeite de oliva extra virgem no mercado de atacado caiu neste mês para US$ 2,9 mil por tonelada, menor valor desde 2002 e menos do que a metade dos quase US$ 6 mil por tonelada observados em 2005, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O azeite de oliva também sofre com a maior concorrência de variedades mais baratas de óleos vegetais. A Eroski, uma popular rede espanhola de supermercados, vende o litro de óleo de girassol a €1,25, em comparação ao €1,99 do azeite de oliva de qualidade média e aos €3,25 do azeite de oliva extravirgem “premium”.
A Espanha deverá consumir neste ano o mesmo volume de azeite de oliva verificado em 2002, de acordo com o COI, enquanto Grécia e Itália verão a demanda doméstica voltar aos níveis de 1995. O declínio na demanda espanhola, italiana e grega vem sendo apenas parcialmente compensado pelo aumento de consumo em outros países.”
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